FUTURE ENVIRONMENT no Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo CPC-USP Casa de Dona Yayá
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Future Environments é um projeto de pesquisa que visa coletar dados científicos para representá-los através de obras de arte evocativas sobre o futuro dos ecossistemas. Em particular, pretende-se analisar o fenômeno do racismo ambiental e suas repercussões, interpretar os ecossistemas da perspectiva dos corpos d’água, construir redes e imaginar novas obras. O projeto identificou algumas áreas geográficas-chave no Brasil, China, EUA e Itália com condições comprovadas
de vulnerabilidade climática e racismo ambiental. Esses casos de estudo serão aprofundados para conceber obras “agentes”, dispositivos de ativação do pensamento prefigurativo e da ação territorial. Durante sua residência no Laboratório de Inovação em Ecologia e Culturas da Universidade Tongji, em Xangai, o
artista e cientista Andrea Conte (estúdio Andreco) realizou uma série de esculturas baseadas em dados, utilizando os dados abertos do Centro Nacional de Monitoramento Ambiental da China (CNEMC). As esculturas criadas com modelos paramétricos e fabricação 3D visam representar intuitivamente as implicações dos sistemas socioecológicos e as perspectivas mais do que humanas das paisagens aquáticas do rio.
O rio Yangtze, na China, os rios Tevere, Aniene e Tirso, na Itália, e o rio Pinheiros, no Brasil, foram escolhidos como pontos de referência para imaginar novos cenários e refletir sobre possíveis ambientes futuros.
Os rios sempre foram fundamentais para as civilizações e para a vida de todos os seres vivos. Como mudou ao longo do tempo a relação entre as pessoas e os rios?
E se tentássemos contar uma história do ponto de vista do rio? As obras de arte informadas pela ciência serão o ponto de partida para uma conversa aberta sobre os possíveis cenários ecológicos e as melhores práticas intersetoriais e interseccionais para uma transição ecológica justa e para a justiça climática.
A apresentação de Future Environments em São Paulo é uma etapa intermediária do percurso de pesquisa, onde será mostrado o método adotado e as experiências e algumas obras realizadas para os rios Tevere, Aniene e Po, na Itália, e para o rio Yangtze, durante a residência na China, abrindo o debate também para o território local com reflexões sobre o rio Pinheiros, parcialmente publicadas na última edição da revista Celeste, Select de São Paulo, e sobre as desastrosas inundações que a região é frequentemente obrigada a enfrentar. A necessidade de reflorestar, aumentar as superfícies permeáveis e dar espaço aos rios para salvaguardar os territórios é evidente. Com a pesquisa Future Environments, pretendo dar espaço aos rios em muitos planos diferentes, materiais e imateriais.
(Andreco)
Durante o encontro, serão exibidos alguns vídeos de performances dirigidas por Andreco e dedicadas aos rios, aos corpos hydricos e ao tema da água e da justiça climática e social. Uma prática performática que pretende colocar no centro os direitos dos rios e do não humano através de uma abordagem cênica ao mesmo tempo visionária e de protesto.
Entre os parceiros envolvidos: o museu MAMbo, de Bolonha; o Ecology and Cultures Innovation Lab, da Tongji University, Xangai, China; a Villa Arson, Museu de Arte Contemporânea, instituto de pesquisa para a arte contemporânea, Nice, França; a revista Antennae, entre ecologia e arte visual, editada em Chicago, EUA; o KTH Climate Action Centre, do Royal Institute of Technology, de Estocolmo; a associação SUR São Paulo; NICHE, THE NEW INSTITUTE Centre for Environmental Humanities (NICHE) Ca’Foscari University de Veneza, Climate Art Project, Futurecologies srl e Studio Andreco, de Roma.
“Future Environments” é vencedor do programa Italian Council 13, área de pesquisa 2024, promovido pela Direção Geral para a Criatividade Contemporânea do Ministério da Cultura.
Mais informações: https://www.climateartproject.com/flumen/ | www.andreco.org | www.climateartproject.com
